edição 91 | Março 2007


Editorial pe.Orlando

No dia 11 de Fevereiro escreveu-se uma página negra, vergonhosa, na vida do nosso país. Como já o tinha afirmado, não foi para mim surpresa que ganhasse o sim, e por várias razões, que não podemos iludir.
A primeira, e a mais forte, é o facto de a nossa sociedade se encontrar num vigoroso processo de laicização, de indiferença religiosa, de abandono de Deus. E quando o homem abandona Deus, não o constituindo ou respeitando como critério do seu agir, também não é capaz de respeitar o seu semelhante. Na realidade, a questão do aborto, mais que matar um inocente, não é a única manifestação deste desprezo ou maltrato.
Depois, porque o governo actual, a começar pelo primeiro-ministro, estava profundamente interessado em que o resultado viesse a ser completamente diferente do conseguido em 1998. Não posso julgar, mas como em política tudo o que parece é, convenço-me que também por este meio o nosso primeiro-ministro deva ter querido alcançar alguns dividendos pessoais.
Para além disso, eticamente não me parece correcto que o chefe do governo, apesar de ser cidadão e membro de um partido, esqueça que, acima disso, é representante de um povo, e como tal, não deve provocar fracturas e divisões entre os seus concidadãos. E isto de dizer que o aborto é uma forma de entrarmos no clube dos países modernos, para além da infelicidade do dito, até o Hitler gostaria de o ter ouvido, mais que Salazar. Aliás, nesta questão do aborto não deveriam meter-se os partidos políticos, até porque o pressuposto para a sua intervenção – a despenalização das mulheres – é falso.
Em terceiro lugar, os “media”, geralmente trabalhados por pessoas de mentalidade laica, de verruma afiada contra a Igreja, sempre inclinada ao “progressismo” do querer dar nas vistas e ser diferente, para já não falar da subserviência ao poder político, que lhes pode cortar os subsídios, só não escreveram escancaradamente: “vá por nós. Vote sim”.
Honra seja feita aos que tiveram a coragem de dizer o que pensavam, falando ou escrevendo de uma forma honesta, como também aos que no mundo da imagem ou da escrita contribuíram para que este referendo fosse preparado de uma forma mais profunda.
Há pressupostos, que importa desmascarar:
- É falso que o que estava em causa fosse a penalização e condenação da mulher abortista, porque há mais de 30 anos, entre nós, nunca alguém foi para a cadeia.
- É completamente falso que o SNS esteja em condições de enfrentar as exigências do sim nos hospitais existentes. Não sei se o respectivo ministro, quando diz o contrário, está a referir-se aos hospitais, às clínicas e às maternidades que mandou encerrar pelo país fora...
- É falso que esta lei venha evitar os abortos clandestinos, ou que continuem a praticar-se em condições inconvenientes para a mulher. Os outros países confirmam-no.
- É falso o modo de pensar de quem defende o aborto para os outros, tendo amor à sua vida e à do filho ou filhos que quis ter.
- É uma evidente falsidade alguém dizer que é contra o aborto e simultaneamente lutar pela sua liberalização. Esta chaga social, mais que curar-se, aviva-se.
- Em muitos casos, e por razões, que se adivinham evidentes, é de admitir como falso o respeito pelo prazo das dez semanas.
- É injusto que sejamos todos a pagar esta prática, como também será injusta a possível precedência destes casos sobre outros, em que se luta pela vida e saúde de uma forma tão empenhada, para já não falar da possível pressão sobre médicos e enfermeiros para colaborarem com irresponsabilidade.
- É falso que o aborto seja um problema religioso, porque o nível em que se situa é meramente humanitário, visto que, o que está em causa é a vida e a dignidade da pessoa.
- É falso que com o sim a Igreja tenha perdido, porque nesta matéria, a Igreja não tem a ganhar nem a perder, numa atitude eleitoralista. A sua missão é proclamar e defender a vida, sempre.
- É falso que o problema do aborto seja apenas clínico. Vão perguntar às que abortaram numa clínica, numa cave ou numa espelunca como se sentem. Mesmo com a verdadeira despenalização, que o perdão de Deus permite, o traumatismo do aborto, todos os dias latente, não vem da transgressão à lei da Igreja, mas à mãe natureza. E esta nunca perdoa.
O nosso louvor e o nosso agradecimento a todos aqueles que, em vez do “bota a baixo”, procuram educar sexualmente os nossos jovens, acolhem as mães solteiras, lembrando a quem se encontra nesta grande encruzilhada que há mais meios e mais vida para além do aborto.


Maravilhoso Mundo da Adolescência Cristina Pereira
Todos os dias ouvimos falar de jovens violentos. Na escola, professores e auxiliares de acção educativa protestam pelas agressões causadas por adolescentes que não respeitam as regras. Nos bairros, moradores queixam-se de actos de vandalismo, provocados por gente nova dominada pelo álcool e pelas drogas. Nas cidades, mesmo em locais dantes sossegados, abundam as descrições de distúrbios mais ou menos graves, da responsabilidade de gente que ainda não atingiu a idade adulta. Em algumas zonas problemáticas, os alunos são acompanhados pela polícia desde a saída da escola até ao bairro onde vivem, não para sua protecção mas daqueles que moram ao longo deste percurso.
Quando se fala de violência deve atender-se aos diferentes conceitos que lhe estão associados, muitas vezes sobrepostos entre si: vandalismo (destruição ou degradação gratuita de objectos), "bullying" (termo anglo-saxónico que denomina, grosso modo, "implicar com as pessoas"), agressividade, perturbações de comportamento, passagens ao acto (entendidas como um meio de expressão de angústias, associada à adolescência), comportamentos de oposição (total falta de cooperação com a "autoridade" de pais e professores), perturbação da atenção com hiperactividade; comportamento delinquente; défice de competências (problemas de comportamento por incapacidade para lidar com essa situação ou a inadequação das competências utilizadas) e factores de desenvolvimento vários (próprios da adolescência, como o sentido de grupo e os comportamentos adquiridos sob essa influência recíproca).
Globalmente, os agressores mais referidos são os próprios colegas, seja no interior ou no exterior da escola
Mas, ser adolescente, é sinónimo de delinquente?
Não. A sociedade ocidental, de um modo geral, tende a sobrevalorizar os comportamentos negativos e a generalizar a sua manifestação. Uma parte considerável dos jovens mantém hábitos saudáveis e comportamentos perfeitamente aceitáveis.
Mas existem problemas que merecem uma reflexão atenta. Se há período da vida em que a circulação de ideias, factos e preconceitos mais se faz sentir, esse período é a adolescência.
Os comportamentos problemáticos ou desviantes afirmam-se no convívio com as drogas, viajam por dentro da violência, levam ao vandalismo, experimentam-se no roubo, passam pelo homicídio, gravidez prematura e até pelo suicídio.



Poetizando

EMOÇÃO

Não quero sentir, mas sinto.
Não quero chorar, mas choro.
Não quero sofrer, mas sofro.
Não quero perder, mas perco.
Não quero ter saudades, mas tenho.
Não quero viver sem ti, mas vivo.

As emoções são maiores
Que a minha vontade.
E muito mais interiores
Do que parece na verdade.

As emoções são tornados
Que modificam nosso ser.
E mesmo que controlados
É difícil de os deter.

Carla


Património Nazaré Marques

O Sr. Padre Orlando fez-nos mais uma vez um convite para, mergulhando um pouco no nosso passado descobrirmos quem somos. Era uma 6ª feira, dia 9 de Fevereiro, o tempo ameaçador e o vírus da gripe a assustar a maioria dos gueifanenses. Nada ajudou a que a participação fosse numerosa. Eu própria senti dificuldade em sair de casa. Mas a recompensa foi grande para os poucos corajosos e felizardos que estiveram presentes.


O convidado, o Dr. Maia Marques, revelou-se um óptimo contador de histórias a falar-nos da História. Ninguém se cansou de o ouvir…
O tema a tratar foi a presença dos Romanos entre nós. Sem querer contar-vos o que ali foi dito, pois é-me impossível repetir os conhecimentos e a capacidade de comunicação do historiador presente, vou deixar algumas ideias para abrir o apetite para uma próxima oportunidade.
Todos nós, mesmo os que andaram poucos anos na escola, sabemos que houve Reis e Rainhas, princesas e palácios… que houve guerras, conquistas e caravelas a navegar. Mas antes disso já havia lavradores ou pastores nesta nossa terrinha.
Muito antes de Jesus ter nascido em Belém da Palestina, houve um povo que foi dominando um vasto território por toda a Europa e o Norte de África. Vinham da zona de Roma, na Itália e por isso foram chamados Romanos. Sem o material bélico que temos hoje, sem aviões nem telecomunicações avançadas, conseguiram construir um Império enorme e bem organizado.
Ao escutarmos os Evangelhos, sobretudo no que se refere ao Nascimento e à Paixão de Jesus, todos ouvimos já falar no poder dos Romanos, mas poucos se terão dado conta que aqui, nestas longínquas terras da Maia, também se fizeram sentir o poder e a influência desse povo. Foram os romanos que nos ensinaram o latim que deu origem à nossa língua (quem não conhece a numeração romana?), que nos deixaram estradas, pontes, aquedutos… Eram organizados, cultos e tinham um monumental exército.
Este povo, durante séculos, transformou toda a Europa e o Norte de África num império, com a mesma língua, a mesma moeda, o mesmo Imperador, a mesma religião, as mesmas leis, vias que ligavam milhares e milhares de quilómetros e permitiam trocas permanentes entre as terras mais longínquas. Depois da morte e Ressurreição de Jesus, esse facto permitiu também que a Boa Nova fosse rapidamente transmitida a terrinhas tão distantes como a nossa Maia.
É interessante pensarmos que a Ponte da Pedra ainda tem na sua fundação pedras colocadas pelos Romanos há mais de 2000 anos. Ainda mais interessante é descobrirmos que em terras junto da Rua Padre Américo (antiga Quelha funda) foram encontrados túmulos desse tempo com bilhas e outras peças de louça que os romanos costumavam colocar junto dos seus mortos. Também o nosso Padroeiro S. Faustino, terá sido um soldado Romano, duma época em que os Romanos já se tinham rendido aos encantos do Cristianismo.
O Dr. Maia Marques falou-nos e mostrou-nos imagens de pormenores muito mais curiosos mas que se torna impossível reproduzir aqui. Ele deixou o convite para que visitássemos o Museu da Maia que funciona no Castelo no antigo edifício da Câmara Municipal e fez referência à obra do Dr. Carlos Alberto Ferreira Almeida que encerra quase tudo o que se sabe sobre ao Romanos nas terras da Maia. Este historiador, já falecido, foi pároco durante algum tempo em Santa Maria de Avioso e mereceu da parte do orador os maiores elogios como homem de vastos saberes.
Não vos disse muito? Espero que vos tenha criado alguma curiosidade e para a próxima, já sabem… não faltem!…



Acontece

19 e 20 de Janeiro
Peças de teatro “A Lenda do Castelo” e “O Criado do Tavares” pelo Grupo Vitae
Fantástico! Só assim posso descrever aquilo que se passou na cripta de Gueifães nos passados dias 19 e 20 de Janeiro. O Grupo Vitae apresentou duas peças de teatro: “A Lenda do Castelo” e “O Criado do Tavares”, que deixaram todos rendidos à qualidade das apresentações.
A primeira, um musical, foi a estreia de alguns jovens “actores”, que surpreenderam a assistência com o seu talento e à-vontade em palco. Já a segunda, uma comédia, contou com a presença dos mais “veteranos” e proporcionou umas boas gargalhadas ao público presente.
O Grupo Vitae, mais uma vez, está de parabéns! Conseguiu levar a toda a gente um momento muito agradável, com alegria e bom teatro!

Maria Inês Rocha




27 de Janeiro
Encontro dos 9° e 10° anos de Catequese de Águas Santas, Gueifães, Moreira e Vermoim
Recordo uma vez mais... e olho com ternura o convívio que passou...
Não podemos deixar de agradecer à paróquia de Vermoim o fabuloso acolhimento e também de lembrar Águas Santas que este ano não pôde comparecer.
No encontro deste ano, abordamos o tema "Escutar". Há tantas palavras que se dizem… Contudo não são escutadas!
O encontro começou por um simples “Olá”... Numa roda começamos por cantar uma música com gestos. O nosso guia já muito conhecido, Luís Sousa, procurou libertar-nos de tudo aquilo que impedia a comunicação…, pôs-nos a fazer um jogo que consistia em colocar a nossa mão no ombro dos nossos colegas da frente…, juntámo-nos cada vez mais e acabámos sentados uns no colo dos outros. Concluímos então que, se um de nós se afastasse do grupo, este já não funcionaria... De seguida fomos para o auditório onde formámos um logotipo. Fizemos um jogo com o objectivo de saber como reagiriam os voluntários às diferentes atitudes dos colegas. Visionámos um diaporama intitulado "A Criação, Caminho para Deus" que nos fala de um rapaz que foi em busca duma história que o avô lhe contou.
Aprofundámos o diaporama e explorámos uma leitura do livro de Samuel. Concluímos então que Deus nos chama. No entanto, nós nem sempre estamos predispostos a escutá-Lo; precisamos de mediações... nós esforçamo-nos por ouvir, mas mil outras coisas ocupam o nosso coração. Pois é na simplicidade do momento vivido que conseguimos escutar. No encontro com os sabedores da vida tudo ganha um novo horizonte... O almoço foi um momento de grande convívio...
A preparação da celebração da Palavra ajudou a reflectir mais um pouco... O jogo "A Palavra Mágica" pôs-nos a fazer coisas engraçadas - jogos que não fazíamos há muito tempo... A celebração foi fabulosa e acabou em grande... O encontro acabou em grande festa...

Joana e Diana (10º ano da Catequese)



7 de Fevereiro
Encontro de Formação para Pais e Catequistas da Vigararia da Maia
Na Paróquia da Maia vivenciou-se a Formação sobre o tema “AS NOVAS CORRENTES DO PENSAMENTO CATEQUÉTICO” em clima de calor humano que emocionou até ao diálogo, após a exposição do tema. A curiosidade misturou-se com a vontade e necessidade de saber que os ouvintes, vindos de toda a Vigararia (onde mais se destacaram catequistas e padres), demonstraram.
Com o Sr. Pe. João Ribeiro percorremos a história do homem e do seu pensamento no Mundo, desde a Idade Média até à actualidade e constatámos uma realidade evolutiva, sem ruptura, cumulativa: “o homem de hoje não se guia pela razão, mas por uma multiplicidade de razões”. Encontram-se intervenções influentes, nas épocas, que alteram o modo de pensar e interferem nas culturas e costumes os desafios político-sociais, a técnica e a ciência acumulando um misto de realidades que hoje convergem na “New Age”, em que o homem “depenica” correntes de pensamento sem agarrar o Evangelho. Tem o seu jeito próprio de entender e viver a Fé, a seu belo prazer. Perante tal realidade o orador propõe, novas formas de fazer catequese, assentes em pontos estratégicos.
Revaloriza a experiência religiosa, que impede que a catequese se confunda com ensino (instrução), ministrado em escolas ou colégios ou ainda visando o calendário escolar para o processo educativo da Fé, que obriga a quebras e ausências paroquiais, interrompe vivências para as quais o catequizando vem sendo motivado, como a Páscoa e o Natal. Como parte integrante do processo educativo da Fé, a acção catequética tem que emanar das paróquias, da Igreja, onde Deus se revela pela Sua relação pessoal, sendo o catequista o emissor (a ponte), “sem palavras”, pela sua presença constante de conversão existencial ou seja, pelo testemunho de vida. O catequista não diz como o outro deve agir mas antes, ele próprio age, pois é Testemunho do Mestre. A oração é tida como fulcro da relação pessoal com Deus e deve despertar no outro a curiosidade para a busca, para a descoberta, para a necessidade de orar. Simultaneamente, a catequese valoriza e enfatiza o Mistério promovendo uma inversão de experiências. Não parte da experiência para o Divino, mas traz Deus para a vida. Deve respeitar-se uma catequese progressiva onde, lentamente, o catequizando vai entrando na Fé e na vida da Igreja. Gradualmente, vai descobrindo com alegria e, com todo o seu ser, vai compreendendo e vivendo os Sacramentos. Então, agora, as suas descobertas orientam-se para o momento próprio, para… a preparação de..., dando prioridade ao ser, ou seja, começar pelo ser é o caminho para o saber e para a meta do saber fazer.
Para encerrar esta nova visão do “fazer catequese” nada será possível sem a comunhão, a união partilhada. Não pode haver fragmentação ou desunião: SÓ HÁ UM TESTEMUNHO – JESUS CRISTO, VIVO E PRESENTE EM NÓS.

Teresa Fonseca (catequista 9º ano)




Quaresma
tempo para passar fome….
Estamos a iniciar a Quaresma. Mais uma vez, nos preparamos para viver a Páscoa através da Quaresma, que é o grande tempo da penitência para os cristãos. Uma penitência que se exprime ou deverá exprimir pelas práticas recomendadas por Jesus: a esmola, a oração e o jejum.
Destes três instrumentos, talvez o mais difícil de usar seja o do jejum.
De facto, amiudadas vezes, realizamos a esmola, por nossa iniciativa ou colaborando com esta ou aquela organização de ajuda aos mais carenciados.
Também quando queremos, sabemos buscar espaços que nos permitam a respiração da alma - rezarmos. Mas, com isto, e apesar de respeitarmos e avivarmos as nossas relações com Deus e com os outros, ainda não falamos de nós mesmos, porque nos esquecemos do jejum.
Quem o pratica, sabe como é difícil vivê-lo. Afecta directamente as nossas reacções. Mexe connosco a partir do centro do nosso corpo e de nós mesmos. Mas torna-se indispensável para discernirmos o que verdadeiramente nos alimenta ou não.
Para isso, nada melhor que passar fome, privarmo-nos de algo que é importante para a nossa sobrevivência. Mas, só assim poderemos tornar realidade o que pedimos a Deus Pai no primeiro Domingo da Quaresma: “Que nos faças sentir a fome de Cristo, pão vivo e verdadeiro e nos ensines a viver constantemente de toda a Palavra que sai da Tua boca”.
Jesus Cristo morto e ressuscitado, é o verdadeiro alimento através da sua Palavra, do seu Corpo e Sangue. DEle devemos passar fome, verdadeiramente. !
Pe. Orlando




Página Aberta (o conteúdo destes textos é da responsabilidade dos seus autores)
Neste momento já todos sabemos o resultado do tão badalado referendo do aborto!
Não é minha pretensão expor aqui os efeitos positivos e/ou negativos deste resultado, mas apenas partilhar sobre algo que me chocou profundamente durante a dita “campanha pré-referendária”.
Graças ao contacto que vou tendo com as celebrações eucarísticas de várias paróquias (quer presencial, quer por partilha de amigos, quer pela televisão), valeu de tudo para tentar influenciar o voto dos supostos fiéis aí presentes.
Desde homilias transformadas em palestras, até ameaças de que o voto no sim garante um lugar no inferno… tudo isto ao jeito de lavagem ao cérebro em máquinas de boa centrifugação!
Sinceramente, vi nestas atitudes a igreja (das hierarquias) num tremer de pernas aflito por não saber o que fazer para “controlar” a opinião de tanta gente!
Será que a igreja (das hierarquias) não deveria pensar antes em estratégias de formação cristã e humanizante, tornando os seus “fiéis” verdadeiros cristãos comprometidos, em vez de andar a “tapar buracos” quando a aflição aperta?
Numa sociedade como a nossa será que é preciso colar cartazes pelas ruas a dizer “Quando encontramos alguém conhecido devemos cumprimentá-lo!”, ou será que isto, por fazer parte da formação base de qualquer pessoa já nos sai naturalmente sem necessidade de qualquer aviso ou reprimenda?
Não sei se me faço entender…
A agravar ainda mais o meu mal-estar em relação a esta situação está o facto de saber que todos estes “discursinhos” vieram encomendados dos “altos tronos” da nossa igreja! Acaso se preocupam em levantar a voz em tantas violações do direito à vida que acontecem dia-a-dia? (ou é só o aborto que viola o direito à vida?) Acaso se preocupam em “encomendar” pessoas capazes de formar os diferentes membros da igreja (nós) na fé e humanização?
Talvez a formação devesse também chegar até aos tais “altos tronos” que parecem perceber cada vez menos da igreja que Cristo sonhou para nós!
Quanto a nós, também não nos adianta lamentar e esperar que as coisas mudem… O que temos a fazer é levantarmo-nos do sofá e partir à procura desse crescimento pessoal e comunitário que nos possibilitará tornarmo-nos verdadeiros cristãos comprometidos com Cristo!

Ricardo Ascensão


Crescer em Comunidade
Fico muitas vezes com a sensação de que trazemos a maior parte da nossa história escrita nos traços do rosto.
Deve ser por isso que tanta gente usa máscaras… E deve ser por isso que eu não gosto nada de as usar!
Com o passar do tempo a gente vai descobrindo que ninguém chega a ser Inteiro enquanto não se reconciliar com a sua história.
Perdoar e perdoar-se.
Faz-me lembrar a história da primeira pomba da Criação… Passava os dias a fugir do primeiro gato da Criação e, chateando-se de vez, descobriu o caminho para a casa do Criador e disse-lhe: “Olha, não sei em que Escola de Criadores andaste, mas deves ter faltado à aula em que explicavam que, se era suposto eu correr a fugir do gato, melhor seria não ter estas duas coisas presas às costas!!!”
E então teve que ser o Criador a ensinar-lhe a voar…

Lembrei-me desta parábola, porque às vezes parece que acontece o mesmo com a Vida: a história é como um peso que carregamos às costas…
A nossa história só deixa de ser um “peso” quando deixamos de lhe fugir e quando deixamos de a apontar como “culpada” das nossas actuais demissões, preguiças e medos.

Há umas semanas atrás, expliquei numa homilia que “Amar os inimigos e rezar por eles” era um exercício prático de perdão. Explicava que Jesus pedia aos seus discípulos que “não se deixassem derrotar pelo mal, mas derrotassem o mal com o bem”, como sintetizou o Apóstolo Paulo. Deixar-se derrotar pelo mal significa deixar-se minar e corroer por desejos de vingança e pelo rancor. Derrotá-lo com o bem significa ser capaz de Perdoar, o que traz sempre consigo uma profunda experiência de Leveza e Libertação.

Hoje, há cerca de meia hora, aconteceu o seguinte: uma senhora a quem faleceu o marido há três anos trouxe-me a fotocópia de uma carta que tinha escrito esta manhã, e pediu-me para eu a ler. Explicou-me o que era: no dia em que o marido tinha morrido, ela estava em casa, depois da hora de almoço e o marido estava internado. Recebeu um telefonema do hospital em que o médico disse o nome secamente e “É só para dizer que o seu marido morreu!” Despediu-se e desligou…

Há três anos que aquele nome e aquela voz não lhe saíam da cabeça…

Hoje de manhã, finalmente, escreveu uma carta de reconciliação para esse médico. Explicou-me que, enquanto ouvia a homilia há umas semanas, só tinha aquele acontecimento na cabeça… E mastigar aquele rancor não deixava que a própria morte do marido se desdramatizasse…

Mas hoje conseguiu!
Li a carta. Que fantástico testemunho. A meio diz mesmo: “Eu sou cristã e faço isto porque tenho consciência de que é o melhor a fazer e perdoar-lhe é a única maneira de eu própria me sentir Livre!”
Não há uma única palavra de azedume, não há um único momento de rancor…
Disse-me que foi a terceira carta que escreveu, porque nas duas anteriores, ao lê-las, sentia nelas alguma agressividade… Tinha-as deitado ao lixo!

Ao contar-me isto tudo, brilhavam-lhe os olhos como a uma menina encantada. E disse-me assim: “Há três anos que eu não respirava tão bem… Sinto-me tão leve!”

No rosto desta mulher reconciliada estavam escritas as palavras Paz e Liberdade.

Que o meu rosto também tenha sempre escritas, com traços de Verdade, experiências libertadoras e fecundas…

E se um dia destes passares por mim e não vires isto, por favor, chama-me à atenção, ok?

SHALOM
Rui Santiago, cssr



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22 de Março
Dia do Teatro Amador

As luzes da plateia vão-se.
Apagando numa cadência silenciosa.
As pancadas de Molière ressoam na escuridão.
As luzes na ribalta acenderam-se.
O espectáculo vai começar.


“Eu pergunto…A vida de cada um de nós não será uma peça de teatro?”

Teatro tem o dom de fazer rir e chorar
Encanto mesmo sendo fantasia
Acreditar que eu sou a personagem
Ter a loucura de quem sabe amar
Realizar com muita alegria
O espectáculo que eu criei à minha imagem.

Ai se eu pudesse ser máscara
Mesmo sabendo que posso
Andava no palco que é meu
Dava risadas aos ais que eu marcara
O bater das palmas pôs o teatro em alvoroço
Retiro a máscara e digo, sou eu.

O que é para mim estar no teatro
É viver situações nunca por mim imaginadas…
É embriagar-me nas palavras e nos gestos…
Deixo de ser eu para ser o meu personagem…
É ser o outro sem nunca o ter visto…
É sentir-me livre e voar no mundo da fantasia…
É sentir o que os outros não sentem…
É ver o que os outros não vêem…
É ouvir o que os outros não ouvem…
Andar sem ter pernas…
Fazer gestos sem ter mãos…
Voar sem ter asas…

Alguém disse:
“É tão bom ser actor…
É tão bom fazer teatro…
Quando for grande quero ser palhaço!!...
Para fazer rir aqueles que não sabem rir…”

Teatro
Aparência vã, Ilusão
Miragem, Fingimento
Hipocrisia, Exteriorização dramática

Serafim Pereira

Peças de teatro que o grupo Vitae já encenou e representou:
- “Artistas Precisam-se” (1996)
- “Namoricos da Aldeia” (1997)
- “O Processo de Jesus” (1998)
- “Cama, Mesa e Roupa Lavada” (1999)
- “A Maia, Vista e Revista” (2000)
- “Mar” (2001)
- “Natal da Rua” (2001)
- “Os Passos do Senhor” (2002-2003)
- “A Sapateira Prodigiosa” (2003)
- “O Dia Seguinte” (2005)
- “A Lenda do Castelo” & “O Criado do Tavares” (2007)




Temas em Saúde Vânia Oliveira

Cervicalgia:
Dor no pescoço

As causas da cervicalgia podem ser várias desde artrite, espondilose, reumatismo, hérnia discal…
A dor vinda do pescoço pode também ser sentida na mão e sintomas como “formigueiros” nos dedos são também comuns.
A longo prazo, o auto-tratamento será mais efectivo do que qualquer outra forma de tratamento.

Exercícios
Objectivos dos exercícios:
- Eliminar a dor
- Restaurar a função normal.

EXERCÍCIO 1 – Retracção da cabeça
Olhar em frente, e mantendo a cabeça direita, levá-la para trás, de modo a sentir alongar na parte posterior do pescoço.
O exercício deve ser realizado até ao máximo de amplitude.
- ALÍVIO DE DOR: 6 a 8 séries por dia (2 em 2 horas), com 10 repetições cada.
- PREVENIR A DOR: 5 ou 6 repetições sempre que achar necessário.

EXERCÍCIO 2 – Extensão do pescoço
Trazer a cabeça para trás como se estivesse a olhar para o céu.
- 6 a 8 séries por dia, com 10 repetições cada.
À posteriori, o exercício 1 e 2 podem ser combinados num só exercício.

EXERCÍCIO 3 – Flexão lateral do pescoço
Incline a cabeça para ambos os lados e sinta qual o lado que lhe causa mais dor (será para este lado que realizará os exercícios). A flexão lateral consiste em aproximar a orelha do ombro do mesmo lado. Deve ter cuidado para não rodar a cabeça, ou seja, deve olhar em frente.
Pode fazer uma pressão adicional com a sua mão.
Nota: Mantenha a cabeça retraída (ex. 1) enquanto realiza este exercício)
Este exercício é usado quando um dos lados da cervical é mais doloroso.
- 6 a 8 séries por dia, com 10 repetições cada.

EXERCÍCIO 4 – Rotação do pescoço
Rotação significa virar a cabeça para o lado.
Antes de iniciar este exercício, realize algumas vezes o ex.1 e coloque a sua cabeça em retracção.
Rode a cabeça para um lado e para o outro. Se um dos dois, for mais doloroso, realize os movimentos para esse lado; senão, faça igualmente para os dois lados.
Pode fazer uma pressão adicional com a sua mão.
- ALÍVIO DE DOR ou DIMINUIÇÃO DA RIGIDEZ: 6 a 8 séries por dia, com 10 repetições cada.
- PREVENIR A DOR: 5 ou 6 repetições sempre que achar necessário.






EXERCÍCIO 5 – Flexão do pescoço
Flectir a cabeça significa aproximar o queixo o máximo possível do pescoço.
Este exercício é usado especificamente para o tratamento da dor do pescoço. Quando usado para este efeito, deve conjugar o exercício com o exercício 1.
- 6 a 8 séries por dia, com 2 a 3 repetições cada.

Conselhos:
- Mantenha a cabeça erguida. Quando está a ler, a escrever… com a cabeça flectida coloca uma tensão adicional nos tecidos já lesados. Manter uma boa postura é essencial!
- Evite os movimentos rápidos da cabeça.
- Evite os movimentos e posições que inicialmente causaram os seus problemas.
- Não durma com muitas almofadas.
- Não durma de “barriga para baixo”, pois coloca em tensão estruturas do pescoço.
- Inicie os exercícios com precaução! Lembre-se que uma dor inicial pode ser esperada. Esta dor deve reduzir ou centralizar à medida que repete os movimentos.


A catequese está passando por aqui...
Imaginem que, por qualquer coincidência trágica, teríamos que abandonar este mundo e ir para um mundo novo e começar do zero. Só podemos transportar uma mala e, nessa mala, só podemos levar aquilo que nos faz sentir felizes.
O que colocaríamos dentro dessa mala? O que não colocaríamos?


O que me faz feliz?
“O que me faz feliz é o facto de poder estar com os meus amigos e divertir-me com eles sempre que posso.”

“ O que me faz mais feliz é ter ao pé de mim as pessoas que eu gosto muito, como a minha família, amigos e outras pessoas que eu conheço e que me ajudam em algumas coisas.”

“O que me faz feliz é saber que a felicidade é a minha melhor amiga.”

“O que me faz feliz é saber que aquilo em que acredito existe mesmo e que posso sempre acreditar...”

“O que me faz mais feliz?
É difícil definir algo como o meu “pote de felicidade”. Há tantas coisas que me fazem feliz...! Sem dúvida, ter uma família que gosta de mim, uma casa, amigos, estudar e fazer o que me dá prazer, poder escolher e opinar, comer chocolates... são tudo coisas que me fazem feliz! É há muito, muito mais... Mas é também a fazer os outros felizes, ver a felicidade nas suas caras, que eu sou feliz.”

“Os amigos, a família, o acordar num dia com sol, uma gargalhada, o amor, dois velhinhos de mão dada, um abraço da minha mãe, uma saída com os meus amigos, um abraço com muita força, um sorriso, um olhar especial, um elogio, uma rosa, ...”

“Saber que os meus amigos estão felizes.”

“Faz-me feliz a Amizade e o Amor verdadeiros! Sou feliz quando sinto que tenho amigos verdadeiros e quando me sinto amada. Afinal, quem é que pode ser feliz sem amar e sem se sentir amado?”

“O que me faz feliz é somente a minha namorada.”


O que não me faz feliz?
“O que me faz mais infeliz são os momentos em que me sinto só e aqueles em que não estou bem comigo mesma.”

“Faz-me infeliz ser ignorada. Faz-me infeliz quando alguém grita comigo ou me ofende.”

“O que me faz infeliz é não ter coragem para fazer tudo o que quero.”

“O que me faz mais infeliz são as mentiras, falsidades, a arrogância, a tristeza, a guerra, a pobreza, a mentira, a crueldade, a traição.”

“O que me faz mais infeliz é o facto de ter os meus pais separados.”

“O que me faz infeliz é gostar e não ser gostada.”




SMS – Espaço Infantil Ana Lopes
(Ilustrações: Rita Fonseca)


Estamos no mês de Março: o mês do Dia do Pai. Aproveita bem esta altura para mostrares ao teu pai como gostas dele e como ele é importante para ti.
Assim, deixamos-te algumas quadras de um poema de José Jorge Letria, um escritor português, para que as possas ler, memorizar e recitar ao teu pai no dia 19 de Março.
Experimenta, tu também, escrever uma ou duas quadras. O teu pai vai, certamente, apreciar bastante.


O Meu Pai
“O Pai é um dos rostos
Que o afecto pode ter,
É a voz que nos protege
E nos faz adormecer.

É a voz mansa e amiga
que conta uma história nova
e nos fala de aventuras
que nos podem pôr à prova.

O Pai é o mais forte
na luta contra o medo,
é o guardião dos sonhos
que nos guiam em segredo.

O Pai trabalha muito
e à noite vem cansado,
mas tem sempre um bocadinho
para ficar ao nosso lado.

Pouco importa a televisão,
que a hora é de ternura;
o Pai tem no coração
carinho com fartura.

O Pai gosta de futebol
e tem clube para torcer;
juntos vamos fazer força
para ele poder vencer.
O Pai é uma árvore
que dá fruto e abrigo;
tem ramos fortes, seguros
como um sobreiro antigo.

Se estamos à sua sombra,
seja Verão ou Outono,
não há medo que nos vença,
não há fantasmas no sono.

O Pai é uma palavra
bonita de se escrever;
é leve como a brisa
com frescura de bem querer.

O Pai repete sempre
a importância do saber,
por isso insiste tanto
na urgência de aprender.

O Pai já teve esta idade,
já foi menino e brincou,
mas da magia vivida
é que nunca se curou.

Dizem que o Pai tem um dia
que devemos festejar,
mas todos os dias são seus
quando o sabemos amar.(...)”

José Jorge Letria, in ”O meu pai”



Actividades da Paróquia / Agenda Cultural

1 - Dia Internacional da Protecção Civil
3 - Reunião de Catequistas
6 - Reunião da Equipa Vicarial - Moreira da Maia
8 - Dia Internacional da Mulher
11 - Reunião Acólitos Dia Europeu das Vítimas de Terrorismo Dia Cáritas
15 - Dia Mundial dos Direitos do Consumidor
17 - Dia do Mar
19 - Dia do Pai
20 - Reunião dos MEC’s Dia da Poesia Dia Mundial da Juventude
21 - Encontro Quaresmal às 21h30 Dia Mundial da Floresta e da Árvore Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial
22 - Encontro Quaresmal às 21h30 Dia Mundial da Água Dia do Teatro Amador
23 - Encontro Quaresmal às 21h30 Dia da Meteorologia
24 - Dia do Estudante Dia dos Missionários Mártires Dia da Tuberculose
25 - Santa Unção às 19h00
26 - Celebração Penitencial Dia do Livro Português
27 - Reunião dos Leitores Dia Mundial do Teatro
28 - Reunião de Pais às 21h30 29 - Dia Mundial da Juventude
31 - Celebração Penitencial para Crianças Celebração de encerramento do 2ºPeríodo às 19h15

Leituras Dominicais

+ www.asoscomeles.blogspot.com - explicação das leituras


4 Domingo II da Quaresma
Gen 15,5-12.17-18 Sl 26,1-14
Filip 3,17-4.1 Lc 9,28b-36

11 Domingo III da Quaresma
Ex 3,1-8a.13-15 Sl 102,1-11
1Cor 10,1-6.10-12 Lc 13,1-9

18 Domingo IV da Quaresma
Jos 5,9a.10-12 Sl 33,2-7
2Cor 5,17-21 Lc 15,1-3.11-32

25 Domingo V da Quaresma
Is 43,16-21 Sl 125,1-6
Filip 3,8-14 Jo 8,1-11





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